As tendências de consumo 2021/2022

bring
  • 6 de agosto de 2020
  • 9min de leitura

Já não é mais uma novidade que as tendências de consumo foram atualizadas com sucesso nos últimos cinco meses. É provável que jamais voltemos à vida que tínhamos antes de março de 2020. Exatamente por isso, vemos tantas frases como “O novo normal” estampadas em campanhas publicitárias e estudos de comportamento. Por conta do Coronavírus foi necessário incluir o isolamento social em nossas rotinas e, por consequência, muitas empresas fecharam suas portas. Por outro lado, essa situação também forçou a evolução e a criatividade de outras instituições, que foram obrigadas a se reinventar para continuar as atividades e manter o faturamento.

A diretora geral da WGSN, Carla Buzasi confirma o surgimento desse novo cenário, “a pandemia do Coronavírus é o maior propulsor global de mudanças dos últimos tempos, resultando em novos hábitos de consumo e em um novo cenário para a indústria, à medida que somos confrontados com uma realidade que exige – tanto de pessoas quanto de empresas – flexibilidade, resiliência e, acima de tudo, criatividade.”

A frase acima foi retirada do estudo “Consumidor do futuro 2022”, que foi lançado pela WGSN este mês, e traz insights sobre os novos sentimentos e perfis desse consumidor pós pandemia. Neste texto, iremos fazer uma breve análise dessa e de outras pesquisas. Além de apresentar alguns exemplos de iniciativas que aconteceram em meio ao “novo normal” e que pretendem mudar, não só a forma de consumir, como também o formato de se fazer marketing. Acompanhe!

O Coronavírus apertou o acelerador

De fato, muitas tendências que eram previstas para os próximos anos, precisaram se adiantar. Como: o aumento no número de colaboradores em home office e o alto consumo de produtos e serviços de forma totalmente online. Isso é o que mostra uma pesquisa de março de 2020 feita pela WGSN. Esse estudo pode nos dar uma boa introdução para o assunto que traremos a seguir. De acordo com a WGSN, a ansiedade e o medo são sentimentos aceleradores e que estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Portanto, o consumo de informação, serviços e produtos relacionados a saúde, bem-estar e segurança financeira cresceu. Assim como apontamos também no artigo: O Coronavírus e as mudanças no comportamento do consumidor.

Quanto ao marketing, ações com foco em aumentar a sensação de segurança e bem-estar e promover a tranquilidade podem fazer parte da estratégia para ampliar a confiança do lead na sua marca.

2021 está aí! Quais as tendências de consumo que estão por vir?

Em julho, a WGSN publicou um report sobre consumidor 2021. Nessa pesquisa, foram levados em conta dois propulsores de comportamento: o planeta e as pessoas.

O planeta

A busca pela sustentabilidade e o consumo consciente não surgiram ontem, mas por que essas tendências vêm sendo tão apontadas neste novo cenário? Os estudos mostram que as pessoas finalmente começaram a pôr em prática tendências que antes eram apenas faladas, “da boca pra fora”. Além do mais, as marcas, e digo, grandes brands internacionais, também pararam para repensar o volume de conteúdo e produtos produzidos em seus lançamentos, e anunciaram alguns cortes. Yves Saint Laurent e Gucci, por exemplo, abandonaram o famoso calendário da moda e anunciaram que não farão mais 4 desfiles por ano, mas sim apenas dois.

Outro ponto abordado na pesquisa da WGSN foi a economia circular, como uma “oportunidade de um trilhão de dólares”. Uma vez que as marcas que já estiverem de olho nessa tendência, poderão atrair, em primeira mão, os consumidores mais conscientes em relação aos impactos ambientais.

A adaptação às mudanças climáticas, a escassez de recursos e a gentrificação climática – expulsão de pessoas de baixa renda de seu local de moradia por conta das melhorias adaptativas às mudanças do clima, por exemplo, a inauguração de um parque que passa a valorizar mais uma região, e por conta disso, moradores de baixa renda não conseguem arcar com o local – também são tendências, apontadas na pesquisa, que devem contribuir para a consciência desse novo consumidor.

As pessoas

A WGSN aponta que haverá uma maior polarização da renda e a desigualdade econômica – ou o abismo entre ricos e pobres – tende a crescer. A pesquisa também ressalta o aumento das automações (essa tendência nós também lembramos aqui!) e o crescimento da China como potência econômica e tecnológica, aliás, o crescimento do TikTok está aí para nos provar isso. Além disso, o envelhecimento da população também foi mencionado no estudo, o que poderá trazer um conflito geracional, já que a população jovem deverá arcar com os custos para garantir maior assistência aos idosos.

Através desses insights, a WGSN desenhou o perfil de três tipos de consumidores, são eles:

  1. Os compressionalistas
    • Quem são: pessoas exaustas que querem agarrar e resolver tudo, mas a ansiedade dificulta o processo
    • Como atingir esse público: ajudando na organização
    • Exemplos: e-commerces de fácil navegação, inteligência artificial auxiliando o processo de compra e apostar na venda direta ao consumidor – ou mais qualidade ao invés de quantidade
  2. Os guardiões da empatia
    • Quem são: pessoas que enxergam além e são exatamente o contrário dos haters
    • Como atingir esse público: usando a empatia e colocando pessoas acima do lucro
    • Exemplos: humildade intelectual – empresas que são humildes e transparentes em suas ações, marketing com propósito e marcas que trabalham seus valores no posicionamento
  3. Os criadores de mercado
    • Quem são: pessoas ativas e que criam as próprias oportunidades
    • Como atingir esse público: usando a cocriação
    • Exemplos: marcas que trabalham junto com o consumidor, mercados do terceiro espaço e cadeia de suprimento reversa

2022 já aponta um novo perfil de consumidor para as tendências de consumo

Visto que em apenas quatro meses estaremos em 2021, o WGSN já se adiantou e lançou a pesquisa “Consumidor do futuro 2022”. Esta foi separada em sentimentos e perfis do consumidor através de uma mistura de análise demográfica (quem é o seu cliente?) e dados psicográficos (por que ele está comprando?).

Os quatro principais sentimentos, que poderão impactar a mentalidade das pessoas em relação as tendências de consumo, são:

  1. Otimismo Radical

Mesmo que este tenha sido um ano repleto de notícias ruins – pandemia, ciclones, bomba no sul do Brasil, aumento de mortes de negros e chuva de gafanhotos – o WGSN acredita que em 2022, o otimismo radical deixará a negatividade de lado, trazendo uma sensação positiva de alegria e prazer.

  • Dessincronização social

A dessincronização social significa que as pessoas continuam fazendo as mesmas coisas, mas em tempos diferentes. Ou seja, a rotina mudou, ao invés das pessoas assistirem ao jornal nacional às 8 da noite, elas fazem isso em horários diferentes e acabam se desencontrado, por isso, o termo dessincronização. Esse sentimento tende a causar a falta de interação consistente entre pessoas e, com isso, as comunidades tendem a se fragmentar.

  • Resiliência equitativa

A resiliência, capacidade de resistir e se adaptar às adversidades, está se transformando uma prioridade emocional nesse novo cenário pós-pandemia. Por isso, as pesquisas apontam que 2022 será um ano em que os consumidores buscarão a aceitação emocional. Ou seja, existe uma maior tendência das pessoas se abrirem para seus próprios sentimentos de forma genuína.

  • Medo

Assim como apontamos no começo do texto, quando o assunto ainda era o início da pandemia em meados de março. Por conta desse novo cenário de incertezas, o medo é um sentimento que deve nos acompanhar nos próximos anos, com destaque para as incertezas ambientais e financeiras.

Quem serão os consumidores em 2022?

Quanto aos consumidores, os três perfis listados pelo WGSN na pesquisa, foram:

  1. Estabilizadores
    • Quem são: grupo formado principalmente por Millennials, ou Geração Y, e Geração X, que prioriza o equilíbrio e opta pela aceitação radical
    • Como atingir esse público: com produtos, serviços e experiências que inspiram calma e simplicidade e aliviam o estresse e a ansiedade
    • Por exemplo: a rede de supermercados Consum, na Espanha, transformou sua loja em um ambiente calmo, com pisos antirruídos, sinalizações discretas e prateleiras mais baixas para dar mais conforto aos seus clientes
  2. Comunitários
    • Quem são: composto por Millennials e Geração X, são pessoas que desejam fincar raízes em suas comunidades, e não mais em suas carreiras
    • Como atingir esse público: investindo na sua comunidade e em negócios locais
    • Por exemplo: a plataforma digital Pertinho de casa, criada para apoiar negócios locais, que une clientes com comerciantes da sua região através do CEP
  3. Novos otimistas
    • Quem são: grupo formado pela Geração Z e Baby Boomers com apetite voraz pela felicidade, que apesar da amplitude etária, defende a representação para todos
    • Como atingir esse público: abraçando o poder do coletivo
    • Exemplos: comércio em livestream, como a Nike que lançou um tênis pela plataforma de games Twitch ou a cerveja Becks que transmitiu em seu site gratuitamente o Tomorrowland por 15 minutos para o público brasileiro

Não perca as novidades das tendências de consumo!

Certamente, muitas das tendências apresentadas pela WGSN nas três pesquisas que apontamos nesse artigo, parecem estar próximas de se tornarem realidade, principalmente porque as transformações estão acontecendo em alta velocidade nos últimos meses. De fato, as marcas que não acompanharem essa verdadeira corrida ao topo, ficarão para trás em um piscar de olhos. Por isso, esteja atento às tendências de consumo, o cenário do mercado em que seu negócio atua e as manobras dos concorrentes. A Bring entende a importância desse tipo de conteúdo, por isso, vem reunindo em seus artigos uma curadoria interessante de pesquisas, dicas e tendências para seus leitores. Portanto, não quer perder nenhuma informação? Inscreva-se em nossa newsletter e receba tudo em primeira mão!   

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